A mulher cabo-verdiana tem varias historias que marcam a sua existência e a caracterizam como sendo um kriola, são tantas historias que se começo a contar não caberia no meu blog , mas de todas as historias a mais interessante, corajosa e engraçada é o da Revoltado Ribeirão Manuel, e vou aqui partilhar consigo um pouco desta maravilhosa historia. No dia 12 de Fevereiro de 1910 uma senhora chamada “nha Ana Veiga” chefia em santa Catarina na ilha de Santiago em cabo verde, uma revolta de rendeiros de ribeirão Manuel que se negam pagar as rendas aos morgados e passam a colher sementes de pulgueiras nas suas propriedades sem autorização. Essa revolta ocorreu um mês após a proclamação da Republica em Portugal e a posse na cidade da praia.
No Ribeirão Manuel havia uma exploração camponesa por parte dos morgados para com os rendeiros, mas a situação agravava-se em tempos de seca e de ma colheita, onde apenas os morgados lucravam-se, e assim nascia uma certa tensão entre os morgados e os rendeiros.
Nessa altura vários escravos fugiam dos seus “donos” fincando em locais de difícil acesso ganhando a sua liberdade tornando assim trabalhadores livres e eram forçados a arrendar as suas terras aos morgados em pequenos tratos .Quando tomaram consciência da importância que representavam para os morgados planearam varias rebeliões contra os morgado .
A revolta de Ribeirão Manuel surge das apanhas da pulgueira, planta essa que servia como moeda de troca no Ribeirão Manuel, após serem pegas algumas mulheres a roubarem essas tais semente, queixa feito pelo morgado Aníbal Dos Reis Borges ás tropas, que prenderam essa mulheres e estas foram amaradas mesmo sob o protestos do povo, e segundo algumas narrações o padre António Duarte Da Graça protestou contra a prisão destas mulheres , e esse protesto se tornou numa revolta da população liderada por uma mulher corajosa chamada “nha Ana veiga” que organizou a rebelião e decidiu libertar essas mulheres, os homens de faca as mulheres de machado Assim, resulta o provérbio "Omi faka, mudjer matxadu, mininus tudu ta djunta pedra" gritando : "Aqui não há negro, não há branco, não há rico, não há pobre... somos todos iguais!"dirigindo a cadeia de santa cruz de onde libertaram as mulheres .
E essa é apenas uma das várias historias que mostram a coragem da kriola cabo-verdiana.